quinta-feira, 26 de julho de 2012

Intervenção psicopedagógica na escola: uma analise crítica por Rosangela dos Santos Franco Gazineu /Março/2007

INTRODUÇÃO Maria Ângela Calderari Oliveira 2004, aborda a importância da Psicopedagogia, como objeto de estudo e as quatro funções da educação, assim como, o conceito de aprendizagem e seus níveis de construção mostrando sua compreensão de processar a prática da Psicopedagogia Institucional. A autora analisa a aprendizagem como processo que não se restringe somente à escola, mas como uma construção que nasce da interação de aspectos estruturais, cognitivos e energéticos ou afetivos dentro de um determinado contexto social. Dentro da visão sistêmica da Psicopedagogia, busca apresentar a construção da aprendizagem a partir de sua dinâmica e de suas relações, onde as propriedades das partes só podem ser entendidas a partir da dinâmica do todo. No capítulo “A Psicopedagogia atuando no âmbito da instituição”, a autora discorre sobre como a Psicopedagogia chegou até à instituição, desde a dificuldade de aprendizagem até o atendimento no nível preventivo. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA ESCOLA A autora da obra Maria Ângela Calderari Oliveira 2004, aborda uma visão Sistêmica da Teoria Geral dos Sistemas onde o psicopedagogo pode ter uma melhor análise sobre o ato de ensinar e aprender. Essas teorias, segundo a autora, incluem a compreensão do processo de conhecimento através de propriedades, tais como, Causalidade Circular, Homeostase ou Equilibração, Equifinalidade e Globalidade ou Totalidade que são fundamentais para a compreensão da organização e funcionamento das instituições. Conhecendo suas propriedades e atuando de acordo com as mesmas, o psicopedagogo adquire a capacidade de atuar num determinado conjunto de elementos atingindo a família, a escola e a sociedade. A Psicopedagogia Institucional é muito importante porque possibilita o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta cumprindo função social. A escola enquanto instituição é um outro tema abordado pela autora, que a coloca como responsável pela sistematização da aprendizagem, onde o psicopedagogo tem a tarefa de analisar a adequação da estrutura e funcionamento da mesma, o currículo e métodos de ensino empregados, enfocando principalmente os fatores de ordem social, econômica e política, que envolvem a educação. Além desses, as relações humanas inclui-se como outro fator importante para se conhecer. O psicopedagogo deve conhecer todo o sistema escolar e sua estrutura; assim, com essa abrangência de visão, ele pode lidar com situações conflituosas, criando condições favoráveis para o alcance da aprendizagem. Para a autora, a intervenção psicopedagógica não deve fugir do conceito de aprendizagem, e esta deve acontecer de forma dinâmica, concretizando o ato de ensinar e aprender, onde este se dá de forma crítica e reflexiva. Intervir é criar mecanismos que contribuam para o ato de aprender que possibilite um processo dialético e a transformação da realidade e do sujeito da aprendizagem. Os recursos psicopedagógicos para intervenção na Instituição Educacional são: mudanças de situação; informação; acréscimo de modelo; modelo de alternativa múltipla; vivência do conflito; problematização; destaque do comportamento; explicação intrapsíquica; assinalamento e interpretação, os quais constituem a base do trabalho do psicopedagogo. O diagnóstico psicopedagógico é outro enfoque importante da autora, este é visto como um momento de transição, um passaporte para a intervenção, devendo seguir alguns princípios, tais como: análise do contexto e leitura do sintoma; explicações das causas que coexistem temporalmente com o sintoma; obstáculo de ordem do conhecimento, de ordem da interação, da ordem do funcionamento e de ordem estrutural; explicações da origem do sintoma e das causas históricas; análise do distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados aceitáveis, levantamento de hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno atual e, indicações e encaminhamentos. A organização para o processamento do diagnóstico psicopedagógico exige uma seqüência de passos, os quais serão descritos a seguir: primeiro realiza-se uma entrevista para identificar os motivos da queixa verificando onde se enquadra o processo de dificuldade de aprendizagem determinando o diagnóstico com a justificativa; em seguida é relatado o objetivo, o material, o tempo, os horários e as hipóteses para uma melhor observação e análise do sintoma ou da queixa. Para iniciar o processo da queixa realiza-se um levantamento das hipóteses verificando a veracidade das mesmas ou a sua rejeição; e em virtude disso, opta-se pela escolha dos instrumentos de investigação. Se a escolha for a hipótese de rejeição, realiza-se o levantamento de um segundo sistema de hipóteses; procedendo uma pesquisa histórica (o problema e seus fatores) e elaborando um novo sistema de hipóteses; e finalizando, faz-se uma devolutiva com o informe do diagnóstico à instituição, abordando os problemas detectados e sugerindo possíveis alternativas de solução. Utilizando-se criteriosamente dessa seqüência de passos o psicopedagogo terá condições de executar um trabalho eficiente, com uma prática interventiva que possibilitará resultados promitentes e úteis para a instituição. REFERENCIAS OLIVEIRA, Mari Ângela Calderari. Intervenção Psicopedagógica na escola. Curitiba: IESDE, p 48, 2004.

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